quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Para um tal de ... Restart.

Vocês daí, tão só vocês
Desde o lobo bobo ao uanna rolde ióur hand
Deixaram-me às mercês
Para seduzirem a quem se rende

Leve-me, Tender
Prefiro-te, surpreendente.
Love me sweet...
Prefiro-te àquele
Engendrado em minha mente

Quanto a ti, não vou mentir, canto-te.
Às vezes com desdém
Às vezes amorosamente

Tu que por muitas e fáceis rimas
Virastes marquês
E conquistastes as meninas
Chico Ciência,
O que faço agora com tua sapiência?

Eu, que por ouvi-los
Virei alucinado
Um desgraçado
Talvez um alienado

Lutarei de todo modo
Para ficar ao teu lado
Língua na maçaneta onde postes a mão
Farei um novo Clube da Esquina
Mas não com a mesma intenção...

Tu que és burguês
Xingas a burguesia!
Querido maior abandonado, não faça isso...
Vais acabar com a poesia.

Morena de Copacabana,
Onde fui amarrar o meu Camello?
João do Vale,
Quero cantar tão lindamente
Como tu cantastes tantos desmazelos!

Moraes disse não gostar tanto da paulista...
Veloso fazendo campanha presidencialista...
E o Tom não tá bom...
Nem o Zé está pra papo...
E por que perder tempo?

Não há mais pra quê
Não há mais pra quem
Mesmo assim
Tudo é de todos
E todos são de ninguém

Todavia, sempre haverá nas varandas
As moças a serem vistas
E aquelas a serem escrachadas
Com direito à bosta
E algumas pedradas

Quando será o fim de tantas coisas vis?
Para que eu enfim, ouça novamente
A tão aclamada, minha adorada Elis...

Quando chegará a época
De cantarmos pela maloca?
Voto pela regressão!
Serei então chamada de louca?

Felicidade vai tendo o seu esperado final
Enquanto a tristeza aguarda sempre
O próximo carnaval

Eu poderia, sim, fazer um favor
E deixar falar mais alto o amor
Esconder todo esse meu rancor...
Desculpem-me,
Mas falta uma certa Cartola
Pra melhorar o meu humor.

10 comentários:

  1. Vc voltou, que bom! Abaixo Gaga e sua trupe, ficamos nós, saudosos de Elis, Clube da Esquina, Cartola e outros...
    Bjs* (Saudades!)

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  2. Lembrei do Zé Keti: "Podem me prender/Podem me bater/Podem, até deixar-me sem comer/Que eu não mudo de opinião".

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  3. Olá Marcelly

    GENTIL
    LENDO VOCÊ (A angustia é senhora)

    A poesia é igual ao amor, existindo homens, sempre existira (mesmo com lesão o homem continua homem - Humano é outra coisa). Opa! O amor nem sempre sobrevive(?), as vezes o amor mata um outro. E a poesia? Para acabar com a poesia só outra poesia. Eis o perigo, a poesia pode carregar o bárbaro. Em termo Adornianos, que validade ou autenticidade tem a poesia depois de Auschwitz?

    Angustia, não a tristeza, é "senhora" depois da explicitação do horror que Auschwitz revelou.

    Parafraseando o samba, Bossa Nova, a angustia é senhora, desde que a poesia é poesia é assim...

    Gentil

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  4. Menina que lingua afiada!

    apesar da pouca idade que tenho, devo concordar com você...
    dá vontade de perguntar pro mundo:
    Ei, o que tá acontecendo?

    vc fez isso e fez bonito...

    parabéns pelo seu espaço!

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  5. trazida de volta, Marcëlly.......... Q bom... Abraço, bom sábado. Jacson Faller. (tem um outro bloguinho lá... http://inhospitus.blogspot.com)..

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  6. Ceder ao moer do Tempo, ou se moer por não ceder.
    Porque os Tempos são estes, e não há volta.

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  7. "Ceder ao moer do Tempo, ou se moer por não ceder.
    Porque os Tempos são estes, e não há volta".

    Opa!
    Não é a realidade fruto das aspirações, esforços, do trabalho humano?

    Vamos por este negocio em outros termos: se adaptar ao mundo (com tudo dentro, sem exame) ou refazer o mundo, reconfigurá-lo em função da vida certa, de acordo com a dignidade humana?

    "Porque os Tempos são estes, e não há volta".

    Marx, afirma em algum lugar que o homem faz sua própria historia, mas não faz como quer, pois nasce num mundo determinado. Portanto, cabem aqueles que vem ao mundo adequalo, se necessário, a sua visão antropológica da vida; ou não, aceitar o determinado e viver tranquilo ou barbaramente.
    Bom, houve um tempo no qual à historia tinha uma função educadora. Hoje, já sabia T. Adorno, (ele é passado, logo) só temos o presente - estamos sitiados nele.
    Você afirma que não há volta. Isto é contraditório. A psicanálise nos ensina que há traumas que trava o ser, e consiste no retorno, para encará-lo, ou seja, encarar o passado aprendendo a conviver com ele, a saída para o reprimido etc.
    Por outro lada, há a psicologia de fundo de quintal a serviço do anti-humano, que prega o esquecimento do passado, como se isto fossem possível. Pois é, ao esquecer o passado acabamos esquecendo quem somos, esquecendo nossa natureza.

    (Talvez eu esteja errado, o que é mais provável).

    Abraço

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  8. que bom que voltaste!
    tinha saudades de te ler.
    um beijo

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  9. Ficou muito bom...fudido....tantas referencias....

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